• 14 de outubro de 2024

Tempo seco intensifica os casos de doenças respiratórias na primavera

A entrada da nova estação e a polinização são fatores que contribuem para o aumento no número de pessoas com asma, rinite ou bronquite; evitar o acúmulo de poeira em casa ameniza sintomas

[wd_hustle id='1' type='social_sharing'/]

Com a mudança de temperatura e a predominância do tempo seco, as doenças respiratórias entram no radar daqueles que sofrem com asma, rinite ou bronquite, problemas causados por inflamações e alergias. No caso da auxiliar de escritório Stefani Amanda Lautenschlager, a história se repete todos os anos.

“Quando chega a primavera, começo a ficar com coceira; a rinite fica mais atacada, com mais frequência. Todos os dias tenho essa coceira na garganta, que me incomoda, e é algo que me atrapalha porque nem sempre passa”, comenta a jovem, que convive com o desconforto nos olhos e no nariz, motivos que impactam o convívio em família e o rendimento profissional.

Além da mudança nos termômetros, outra justificativa para o predomínio das doenças respiratórias é a mudança de estação, já que a primavera é o tempo em que as plantas florescem, contribuindo para o aumento na produção de pólen. “Devido à hipersensibilidade do sistema imunológico ao contato com os alérgenos (substâncias de origem animal), o tempo seco e as baixas temperaturas podem irritar a via aérea e as mucosas, causando o processo de inflamação”, explica o médico pneumologista do Instituto do Sono e Medicina Respiratória, Lucas Selistre Lersch. Conjuntivite e catapora também são patologias que surgem nesta época do ano.

Para quem convive com a rinite e a bronquite, caso da autônoma Caliana Carla Moreira, a piora no bem-estar começa a surgir durante a noite — e a primeira crise da primavera já foi registrada. “Fico com os olhos inchados, lacrimejando, nariz com coriza quase sempre e até dores de garganta. Fico com dificuldade para fazer as tarefas normais porque me tira as forças”, diz a mulher, que foi diagnosticada ainda na infância e já reconhece a interferência na saúde. “As dores de cabeça e o pulmão ‘cheio’ me deixam fraca. Não consigo carregar peso ou até mesmo caminhar. Tudo o que faço é mais lento”.

Por mais que cada pessoa apresente sintomas distintos, há pontos em comum. “Existem diversas formas de desencadear um quadro de asma, sendo as mais comuns a alérgica e a inflamatória. Ao entrar em contato com fatores desencadeantes, como pólen, tempo seco, poeira, pó, mofo ou produtos de limpeza, é possível haver o surgimento da inflamação. A conjuntivite e a rinite, na maioria dos casos, acontecem da mesma forma”, menciona o médico, reforçando que aqueles que convivem com a asma precisam estar atentos às crises graves, mantendo o acompanhamento médico.

Cuidados compartilhados

Quando o assunto são as dicas para melhorar a qualidade de vida, existem medidas que podem ser aplicadas no dia a dia, amenizando as reações do organismo. Confira alguns pontos indicados pelo médico Lucas Selistre Lersch:

  • Acompanhe os índices de polinização e evite atividades externas quando estiver mais elevado;
  • Limpe regularmente tapetes, cortinas e superfícies com acúmulo de pó ou poeira; Lave as roupas para evitar contato prolongado com pólen;
  • Mantenha as vacinas em dia; Beba bastante água;
  • Após o diagnóstico, siga as orientações médicas;
  • Se houver sinais de alerta, procure atendimento médico.
O médico Lucas Selistre Lersch está sentado apoiado com os braços em uma mesa durante entrevista sobre doenças respiratórias na primavera em Santa Catarina
O médico Lucas Selistre Lersch relata aumento de casos de doenças respiratórias durante a primavera – Foto: Suyá Monteiro/Divulgação/ND

Fique atento aos sintomas das doenças respiratórias

Mesmo que os sinais principais sejam similares aos de outros problemas, como a gripe, é importante estar atento às respostas do corpo. “Em relação à asma, os principais sintomas são tosse seca, tosse com secreção, sibilância (chiado), sensação de pressão no peito, principalmente à noite, despertares durante a madrugada e cansaço ou falta de ar. Sobre a rinite, geralmente espirros, coriza e coceira”, fala o especialista.

Já a conjuntivite, que pode ser causada pela produção de pólen ou até mesmo pela poluição, tem como principal característica a vermelhidão ocular. “Pode causar irritação, lacrimejamento e aquela sensação de ‘areia nos olhos’, relata o profissional. A catapora, causada pelo vírus Varicela-Zoster, entra na lista das doenças mais comuns na primavera por conta da mudança de temperatura, cenário ideal para a proliferação de bactérias — mal-estar, febre e manchas pelo corpo são alguns dos sinais.

Fonte: ND Mais

Notícias por e-mail ↓

Receba conteúdos atualizados com prioridade!