Comissão veta a incorporação de canetas emagrecedoras com semaglutida e liraglutida para tratamento de obesidade
Sem Ozempic no SUS, pacientes podem recorrer às canetas emagrecedoras de produção nacional – Foto: Reprodução/Novo Nordisk/ND
A inclusão de canetas emagrecedoras para tratamento de obesidade como Ozempic no SUS (Sistema Único de Saúde) foi vetada na quarta-feira (20) pela Conitec (Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS).
A decisão barrou a semaglutida, princípio ativo do Ozempic e do Wegovy, e a liraglutida, composição da caneta Saxenda. As substâncias têm atuações semelhantes, reduzindo o apetite e regulando o nível de glicose.
Apesar da ausência de Ozempic no SUS, as primeiras canetas emagrecedoras de produção nacional chegaram ao mercado neste mês como opção mais acessível.
Os medicamentos Olire e Linux, apelidados de “Ozempic brasileiro”, são compostos de liraglutida, princípio ativo das canetas Saxenda e Victoza da farmacêutica dinamarquesa Novo Nordisk.
Apelidado de “Ozempic brasileiro”, o Olire já está sendo comercializado no Brasil – Foto: Reprodução/ND
A substância gera saciedade ao reproduzir a ação do hormônio intestinal GLP-1, responsável por sinalizar ao cérebro que o corpo está alimentado, reduzindo o apetite, aumentando os níveis de insulina e equilibrando o açúcar no sangue.
A principal diferença para a semaglutida é a duração. A substância têm efeito mais duradouro e pode ser injetada uma vez por semana, enquanto a liraglutida é de uso diário e apresenta menor perda de peso.
A justificativa do veto seria o alto custo aos cofres públicos. Segundo parecer da Conitec, a incorporação de medicamentos como Ozempic no SUS geraria gasto mínimo de R$ 3,4 bilhões em cinco anos, podendo chegar a R$ 7 bilhões.
Semaglutida e liraglutida produzem sensação de saciedade e regulam o nível de glicose no organismo – Foto: Freepik/ND
A necessidade de acompanhamento psicológico dos pacientes para uso do medicamento também dificultaria a adoção em larga escala pela rede pública, segundo a comissão.
A semaglutida seria indicada a pacientes sem diabetes, com obesidade e histórico de doença cardiovascular a partir dos 45 anos, enquanto a liraglutida seria indicada a pacientes com obesidade e diabetes tipo 2.
Fonte: ND Mais