• 19 de janeiro de 2024

Rota dos Espumantes: saiba mais sobre riqueza vitivinícola em Santa Catarina

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A produção de espumantes na Serra Catarinense é um grande sucesso e conta com marcas premiadas nacional e internacionalmente. No Meio-Oeste, mais precisamente no Vale do Rio do Peixe, essa atividade também é forte e se destaca pelos parreirais de uva que fazem parte do cenário catarinense – matéria prima de vinhos e espumantes que atraem turistas e renda para o agronegócio.

O Estado é o terroir perfeito para a produção, que abrange 73% dos municípios e conta com uma rota de 750 km, começando por Urussanga, que possui a sede da primeira vinícola industrial de Santa Catarina, inaugurada em 1913.

São Joaquim é outro destaque catarinense no quesito grandes vinícolas e espumantes premiados. Dilor de Freitas foi o pioneiro na produção de bebidas nobres na região e seu sonho se disseminou entre outros investidores, que montaram grandes vinícolas, conhecidas como verdadeiros cartões postais da cidade.

O clima, a natureza, os vinhos e espumantes atraem turistas de todo o país. Em Chapecó, por exemplo, é possível degustar uvas e espumantes na sombra da videira, em um cenário perfeito para a contemplação, aos pés do vinhedo.

Produção que sustenta famílias

Espumantes
Conheça as tradições por trás dos vinhos premiados da região – Foto: Divulgação

O Vale do Rio do Peixe é uma rota de vinhos e espumantes formada através de investimentos em vinícolas de alto padrão e da mão de produtores que mantêm a tradição da produção da uva.

A região produz 80% da uva do Estado e é no laboratório da Epagri, em Videira, que a análise das uvas, dos espumantes e dos vinhos produzidos em Santa Catarina é realizada. Foi dele que saiu o primeiro espumante de uva niágara do Brasil, há 20 anos. Pesquisas quanto às características da uva possibilitaram que cada região se firmasse conforme a adaptação de cada variedade para a fabricação do espumante.

Segundo Guilherme Grando, presidente do Sindivinho Santa Catarina, o setor de bebidas no Estado representa 7% do seu PIB e o setor vinícola vem crescendo muito, já é considerado um dos mais importantes do Brasil.

“Já produzimos 60 mil toneladas de uvas aqui no Estado, onde 5.400 famílias vivem da uva e do vinho, nós já temos mais de 100 vinícolas registradas no Ministério da Agricultura, fora os produtores de uva que vendem então para essas vinícolas e para outros lugares do Brasil e nós temos hoje 1/3 da produção de Santa Catarina em espumante” – completa.

O crescimento do enoturismo

Espumantes
A fascinante jornada das uvas aos espumantes de qualidade – Foto: Divulgação

A produção de vinhos e espumantes de qualidade fomenta um outro mercado cada vez mais pujante em Santa Catarina, o enoturismo – uma atividade que tem levado turistas para regiões produtoras de uva, desde o sul do Estado à serra e o Meio-oeste Catarinense.

A rota dos Vinhedos do Meio-oeste abrange os municípios de Tangará, Pinheiro Preto Iomerê, Videira e Água Doce. A produção de uvas desta região coloca Santa Catarina como quinto maior produtor nacional e o segundo em processamento. Esse potencial despertou mais uma atividade associada à vocação vitivinícola: o enoturismo, que é mais recente do que nas outras regiões produtoras.

A vindima, por exemplo, é um evento tradicional que ocorre na época de colheita e possibilita aos visitantes uma relação direta com o vinhedo. É mais do que uma atração turística, é a difusão do conhecimento dos produtores sobre as uvas, suas castas e variedades, que mais tarde vão ser processadas para virar o espumante ou o vinho degustados junto às parreiras.

Mariana Boesing, chef de cozinha e sommelier, montou uma casa de gastronomia regional onde recebe turistas que têm a oportunidade de provar as principais marcas de espumantes produzidos em Santa Catarina.

“O Brasil é muito reconhecido com seus espumantes a nível mundial e aqui, em Santa Catarina, a gente tem uma amplitude térmica, uma região, uma área geográfica que permite com que a gente tenha alta qualidade nos produtos, destacando muitos produtores, inclusive com vários prêmios aqui na região, e com os produtos que a gente consegue entregar para o mundo todo” – explica.

A Chef também conta que o vitivinicultor na região consegue trabalhar com um prazer maior, porque sabe que seu produto está sendo valorizado, com um valor agregado maior, deixando os pequenos produtores satisfeitos.

Cidades como Videira, Pinheiro Preto e Tangará formam uma rota onde a vitivinicultura se destaca. São famílias que cultivam a tradição de produzir a uva e vinícolas que estão há décadas aprimorando cada vez mais os produtos que colocam no mercado.

O Estado tem mais de 2 mil famílias produzindo uva e a produtividade chega a 50 mil toneladas todos os anos. Boa parte se concentra no Vale do Rio do Peixe e a colheita começa em janeiro – mas os cuidados com os parreirais começam bem antes, entre julho e agosto.

É uma lida que exige técnicas específicas de manejo para que o produto final chegue de acordo com as exigências do mercado a Família Panceri, em Tangará, sabe bem disso, ela trabalha com esse setor há mais de 30 anos.

Espumantes
Explore a excelência enológica nas terras catarinenses. – Foto: Divulgação

O empresário Celso Panceri conta que antes a família era produtora unicamente de uva e pensou em agregar valor à propriedade, elaborando assim, alguns tipos de vinhos. Depois dos anos 2000, entendeu que seria interessante evoluir as bebidas e começou a engarrafar e criar seus próprios produtos. Hoje, em seu portfólio, há cerca de seis produtos com medalhas de concursos nacionais e internacionais.

Hoje a produção de vinhos sucos e espumantes da vinícola chega a 100 mil unidades por ano, toda a uva colhida na propriedade vai para o processamento. Inclusive, uma das diferenças entre o vinho e o espumante está na concentração de gás carbônico – o espumante, por exemplo, tem uma concentração maior do que o vinho.

Celso explica que as uvas destinadas para espumantes não podem estar muito maduras, diferentemente das do vinho. Isso é o que mantém uma acidez mais elevada, com um resultado mais interessante.

Para fomentar o enoturismo, em 2018 quatro vinícolas da região lançaram um projeto chamado Caminho dos Vinhos Terras Altas Catarinenses, uma forma de aproximar as pessoas e mostrar o potencial dessa cadeia produtiva.

A vinícola da Família Panceri implantou cultivares europeias no vinhedo que se adaptaram bem à região, aprimorando o resultado final. Apesar da venda de espumantes ser mais frequente na época de festas, o produto é consumido o ano todo; a produção catarinense quebrou barreiras e conquistou uma posição importante no mercado.

“Santa Catarina está muito bem colocada porque é o segundo maior produtor de espumante. Então temos o Rio Grande do Sul e, em seguida, Santa Catarina e os espumantes Catarinenses estão muito bem classificados, muito bem posicionados, porque nós temos condições diferentes das outras regiões. O Estado está muito bem posicionado no ranking nacional e muito bem servido, acho que é um orgulho catarinense” – revela Celso Panceri.

Quer saber mais sobre a produção de espumantes e vinhos catarinenses? O Agro, Saúde e Cooperação possui um episódio especial sobre o tema. O projeto, realizado pelo Grupo ND, busca aproximar as pessoas do campo e conta com a parceria da Ocesc, Aurora, Sicoob, SindArroz Santa Catarina e Fiedler Automação Industrial.

Fonte: ND Mais

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