Se condenado, pena do ex-jogador vai depender do quão perto ele chegou de matar Juliana Garcia com mais de 60 socos em elevador
Igor Cabral alega ter sido agredido na prisão e pede perdão pelos 60 socos – Foto: Reprodução/Redes sociais/ND
A Justiça do Rio Grande do Norte aceitou a denúncia contra Igor Cabral na quinta-feira (7). O ex-jogador de basquete está preso desde que espancou a namorada Juliana Garcia com mais de 60 socos dentro de um elevador, em 26 de julho.
Igor Cabral se tornou réu por tentativa de feminicídio, conforme a denúncia do Ministério Público. A pena para feminicídio consumado é de 20 a 40 anos de prisão, porém, é reduzida de 1/3 a 2/3 no caso da tentativa.
Isso significa que, se condenado, o ex-jogador pode pegar de 6 anos e 8 meses a 26 anos e 8 meses de prisão. A fração de redução da pena é definida com base no “iter criminis”, ou seja, o quão próximo o agressor chegou de consumar o crime.
Os mais de 60 socos foram flagrados pela câmera do elevador em Natal, Rio Grande do Norte. O porteiro acionou a polícia e Igor foi preso em flagrante.
O ex-jogador teve a prisão convertida em preventiva após audiência de custódia e está detido na Cadeia Pública Dinorá Simas, na cidade de Ceará-Mirim, onde alega ter sido agredido por policiais penais.
Segundo ele, foi levado para uma cela isolada, ficou nu e algemado. O réu alega ter sofrido socos, chutes, cotoveladas e spray de pimenta. Durante o ataque, teria ouvido dos agentes que “ele havia chegado ao inferno”.
Igor Cabral escreveu uma carta na prisão, em que pede perdão pelo crime e afirma que sua conduta estava “influenciada por um contexto de uso de substâncias e instabilidade emocional” no momento dos 60 socos.
“Lamento profundamente que minha conduta, influenciada por um contexto de uso de substâncias e instabilidade emocional, tenha contribuído para essa situação. Embora as circunstâncias ainda estejam sendo apuradas, sinto a necessidade sincera de expressar meu pedido de perdão a todos que, de alguma forma, foram afetados”, escreveu.
Em depoimento à Polícia Civil, o ex-jogador havia alegado que a agressão foi motivada por um “surto claustrofóbico” no elevador, apesar de não apresentar histórico de claustrofobia.
Foto mostra como ficou a mão do agressor que desferiu 60 socos na namorada – Foto: Reprodução/X
A vítima, por sua vez, precisou depor por escrito em razão da gravidade dos ferimentos. Juliana Garcia teve quatro ossos quebrados no rosto e passou por cirurgia de reconstrução facial.
“Ele só me batia. Se eu apagasse, acho que teria morrido”, considera a promotora de vendas. “Eu resisti, ele falhou no plano dele. Não tenho dúvidas de que teria me matado”.
“Eu sobrevivi a tudo isso para dar voz e visibilidade às mulheres que infelizmente não tiveram”, disse em entrevista ao Domingo Espetacular. “A culpa não foi minha e a culpa nunca será da vítima. Nenhuma mulher é culpada por ter sido agredida”.
Denuncie a violência contra a mulherToda violência doméstica deve ser denunciada sob a Lei Maria da Penha. Se presenciou ou foi vítima, informe as autoridades. Em Santa Catarina, a denúncia pode ser feita de maneira online na Delegacia de Polícia Virtual da Mulher por este link ou pelo WhatsApp (48) 98844-0011. Na Polícia Militar, usa-se o aplicativo PMSC Cidadão. Já por telefone, a denúncia pode ser anônima pelos telefones 181 (Polícia Civil), 190 (Polícia Militar) e 180 (Disque Denúncia).
Fonte: ND Mais