• 30 de outubro de 2025

Operação no Rio: como as redes sociais reagiram à ação policial

Imagens e vídeos da megaoperação viralizaram rapidamente, mostrando como a barbárie é amplificada pelo ambiente digital e gerando debate sobre segurança pública e percepção social

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Dezenas de corpos são trazidos por moradores para a Praça São Lucas, na Penha, zona norte do Rio de Janeiro, após ação policial da Operação ContençãoFoto: Eusébio Gomes/TV Brasil/ND Mais

A megaoperação policial realizada pelo Governo do Rio de Janeiro na terça-feira (28) deixou um saldo trágico: pelo menos 120 mortos, entre suspeitos ligados ao crime organizado e agentes de segurança. O episódio, além de expor a escalada da violência no estado, revelou um fenômeno preocupante: a transformação da barbárie em espetáculo digital.

Imagens e vídeos dos corpos se espalharam pelas redes sociais em questão de minutos, impulsionados pela lógica dos algoritmos que priorizam o conteúdo mais emocional e chocante.

Um levantamento da professora Lilian Carvalho, doutora em marketing e coordenadora do Centro de Estudos em Marketing Digital da FGV/EAESP, mostra que em menos de 24 horas a operação gerou 43 mil menções nas redes. Do total, 67% foram neutras, 27% negativas e apenas uma pequena parcela expressou apoio explícito.

Segundo Lilian, o dado mais alarmante é o que ela chama de “normalização algorítmica da barbárie”, ou seja, o processo em que as plataformas digitais acabam reproduzindo e amplificando reações emocionais extremas.

“O sentimento predominante foi de medo e repulsa, com 22% das menções cada. Mas 11% das postagens expressaram alegria diante da violência. Isso comprova o que venho alertando: os algoritmos não têm lado, mas amplificam o que há de mais barulhento e emocional em cada bolha”, explica a pesquisadora.

Entre os termos mais citados estiveram “Complexos do Alemão e da Penha”, “Comando Vermelho (CV)”, “segurança pública”, “Operação Contenção”, “Polícia Militar”, “crime organizado” e “facções criminosas”. O governador Cláudio Castro apareceu em quase 10% das menções, reflexo da polarização em torno da operação, parte dos internautas o criticando, parte o apoiando.

Para Lilian Carvalho, a celebração da violência por uma parcela dos usuários indica um processo de dessensibilização social, mas também pode ser interpretada como uma forma de protesto diante da sensação de insegurança crônica vivida no país.

Fonte: ND Mais

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