• 1 de agosto de 2025

‘Não há controle’: diretor do TCE rebate ‘erro de digitação’ em bolsas do Universidade Gratuita

Sidney Tavares Júnior afirma que possíveis alunos milionários recebendo bolsas do programa mostram que não havia fiscalização adequada dos cadastros

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Diretor-geral de Controle Externo do TCE-SC (Tribunal de Contas do Estado de Santa Catarina), Sidney Tavares Júnior – Foto: Divulgação/ND

O diretor-geral de Controle Externo do TCE-SC (Tribunal de Contas do Estado de Santa Catarina), Sidney Tavares Júnior, afirmou que os possíveis erros de digitação em alunos milionários do Universidade Gratuita mostram que “não há controle” sobre as bolsas do programa.

A declaração foi feita após o governo estadual identificar que 18 alunos com patrimônio acima de R$ 200 milhões teriam, na verdade, cadastrado as informações incorretamente.

“Vamos considerar que seja um erro grosseiro de digitação. Quando um aluno informa que tem um patrimônio de R$ 800 milhões ou R$ 200 milhões, e mesmo assim recebe a bolsa, isso claramente mostra que não há um controle que deveria ser feito em relação às bolsas”, afirma o diretor.

Tavares entende que, caso se tratem de erros no cadastro, os alunos poderiam ter sido chamados para explicações e correções das informações. Em seguida, se cumprissem requisitos do programa, receberiam a bolsa com as informações corretas.

O diretor lembra que o trabalho de análise sobre as bolsas do Universidade Gratuita começou em 2023 e, neste ano, o TCE chegou ao número de 16 mil indícios de erros nos cadastros. “O tribunal em nenhum momento falou que eram fraudes. Dentro desses indícios poderiam haver fraudes, erros de cadastro, de digitação”, destaca.

Além disso, segundo Tavares, o governo estadual já tinha informações sobre os indícios de erros no Universidade Gratuita desde o ano passado. “O tribunal traz esses indícios agora e parece que houve uma surpresa por parte do executivo. Porém, nos parece que o governo já tinha conhecimento de muitos dos indícios ainda em 2024”, afirma.

Universidade Gratuita: governo teria informações sobre erros em cadastros desde 2024Universidade Gratuita: governo teria informações sobre erros em cadastros desde 2024 – Foto: Ricardo Wolffenbuttel/Secom

Diretor do TCE defende proteção dos dados de bolsistas do Universidade Gratuita

Tavares reiterou que o TCE preza pela responsabilidade e sigilo das informações pessoais e, por isso, não divulga o nome dos possíveis bolsistas milionários.

“Sabemos as consequências de uma divulgação e muitas vezes, por exemplo, nesse caso de um erro de digitação, há impacto na vida dessa pessoa. Não divulgamos sobre nenhuma hipótese o nome desses alunos”, destaca.

“Isso mostra que o tribunal está no caminho de melhorar o programa, de claramente construir um programa melhor para efetivamente aqueles que necessitam”, conclui Tavares.

Jorginho Mello disse que números foram ‘inflados’

O governador de Santa Catarina, Jorginho Mello (PL), reagiu na quinta-feira (31) às críticas em torno do programa Universidade Gratuita, após relatório do TCE-apontar mais de 18 mil inconsistências em cadastros de bolsistas.

Jorginho Mello diz que número de erros no Universidade Gratuita foram "inflados"Jorginho Mello diz que número de erros no Universidade Gratuita foram “inflados” – Foto: Divulgação/GOVSC

Segundo o governador, os números foram “inflados” e, após checagem, restaram apenas 17 casos em análise. Os dados iniciais apresentados pelo TCE teriam gerado desinformação e prejudicaram alunos e famílias.

“É uma irresponsabilidade lançar um número de 18 mil irregularidades sem checar com a secretaria ou com as universidades. Muitas vezes, o problema era um número de apartamento faltando, ou uma falha na hora de preencher o sistema”, afirmou Jorginho.

O governador citou um caso específico que repercutiu na imprensa local: uma estudante da Unoesc teria sido vinculada a um patrimônio milionário, mas a informação teria sido causada por erro na digitação do número do CPF. “A mãe chorou, a aluna chorou. É um constrangimento que poderia ser evitado com mais cuidado”, lamentou.

Segundo o governador, as inconsistências apontadas passaram por nova análise feita pela Secretaria da Educação em parceria com as universidades. O número, segundo ele, foi reduzido gradualmente: de 18 mil para 700, depois para 130, até chegar a 17 casos ainda em apuração.

Fonte: ND Mais

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