• 28 de outubro de 2025

Invasão da Venezuela: Com pressão de Trump, MST quer enviar brigadas de apoio a Maduro

Declaração do MST contra invasão da Venezuela e apoio ao ditador Maduro faz deputado brasileiro pedir que movimento seja investigado pela PF e pela PGR por traição à Pátria

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Com risco de invasão da Venezuela, o dirigente do MST João Pedro Stedile quer enviar brigadas de militantes em apoio a Maduro . Foto: Paulo Pinto/Agência BrasilFoto: Paulo Pinto/Agência Brasil/ND

O dirigente nacional do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra), João Pedro Stédile, disse que os Sem Terra e demais movimentos populares da América Latina estariam se organizando para enviar militantes à Venezuela em solidariedade ao ditador de Nicolás Maduro, após as ameaças de invasão da Venezuela em uma possível intervenção militar dos Estados Unidos no país.

“Nós vamos fazer reuniões e já estamos fazendo consultas para organizar brigadas internacionalistas de militantes de cada um dos nossos países para ir à Venezuela e nos colocarmos à disposição do governo e ao povo venezuelano”, disse, na última semana, o dirigente Sem Terra em entrevista à rádio BdF – veículo apoiado pelo movimento.

As declarações de Stédile motivaram a apresentação de um requerimento na Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural da Câmara pelo deputado Evair Vieira de Mello (PP-ES), que pede que a PGR (Procuradoria Geral da República) e a PF (Polícia Federal) adotem providências contra a mobilização do MST em apoio ao regime venezuelano.

Para o deputado federal Evair Vieira de Melo a ação do MST em enviar brigadas contra uma invasão da Venezuela é uma traição à pátriaPara o deputado federal Evair Vieira de Melo a ação do MST em enviar brigadas contra uma invasão da Venezuela é uma traição à pátria.Foto: Artur Ribeiro/ND Mais

Traição à pátria

Para o deputado Evair de Mello, as declarações do líder do MST configuram uma grave afronta à soberania nacional e à Constituição Federal, o que motivou seu pedido — que deve ser avaliado pela comissão nesta quarta-feira (29). No requerimento, o parlamentar cita dispositivos legais que, a seu ver, teriam sido violados, incluindo os artigos 359-L e 359-I do Código Penal, que tratam de colaboração com governo estrangeiro contra a segurança nacional, e o artigo 288, que tipifica o crime de associação criminosa. Ele também invoca o princípio constitucional da não-intervenção.

“O MST há muito deixou de ser um movimento social. Hoje é uma organização de viés criminoso, que desafia a lei, invade propriedades e agora pretende exportar sua militância para servir a uma ditadura estrangeira. Isso é traição à Pátria”, afirmou o parlamentar.

O deputado ainda criticou o silêncio do governo federal sobre o caso, questionou a proximidade de Stédile com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e defendeu a prisão do líder Sem Terra.

Trump tem pressionado Maduro indicando a possibilidade de uma invasão da Venezuela com intervenção militar na regiãoTrump tem pressionado Maduro indicando a possibilidade de uma invasão da Venezuela com intervenção militar na região. Foto: Isac Nóbrega/PR/Reprodução/Marcelo Camargo/Agência Brasil/ND

Invasão da Venezuela pelo MST

Questionado, Stédile afirmou que não espera que os brasileiros entrem em combate contra soldados norte-americanos, mas afirmou que as “brigadas” de militantes podem apoiar o povo venezuelano na produção de alimentos e em inúmeras outras tarefas que não detalhou.

“Se vamos entrar em combate: claro que não! Não temos formação militar para isso e nem devemos. O povo venezuelano sabe se defender, mas nós, como militantes, podemos fazer mil e uma coisas, desde plantar feijão e fazer comida para os soldados e estar ao lado do povo se houver uma invasão militar dos EUA”, declarou.

Segundo o portal do movimento, o MST já atua na Venezuela desde 2006, em parceria com movimentos camponeses, com o Ministério da Agricultura e com o Ministério das Comunas venezuelano. O trabalho inclui produção agroecológica, soberania alimentar, produção de sementes, formação política e intercâmbio de estudantes de medicina.

“Há mais de dez anos militantes do MST contribuem na Revolução Bolivariana na Venezuela, através da Brigada Apolônio de Carvalho, nas áreas de produção agroeológica, soberania alimentar, produção de sementes, trabalho cooperativo e formação política, além de manter intercâmbio de estudantes em medicina”, diz o portal da organização.

Fonte: ND Mais

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