• 4 de setembro de 2025

Ex-assessor acusa Moraes de fraude em operação contra Luciano Hang e outros empresários

Eduardo Tagliaferro alega que documentos que justificam mandado de busca e apreensão foram fabricados com data retroativa

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Ex-assessor acusa Moraes de fraude em operação contra Luciano Hang – Foto: Carlos Moura/Agência Senado

O ex-assessor do gabinete de Alexandre de Moraes, Eduardo Tagliaferro, falou à CSP (Comissão de Segurança Pública) do Senado na terça-feira (2). Durante audiência pública, ele fez acusações contra o ministro do STF, alegando fraude processual para justificar uma operação de busca e apreensão contra um grupo de empresários, incluindo Luciano Hang.

Tagliaferro alegou que Moraes teria se baseado em uma matéria jornalística para justificar a ordem de busca e apreensão, realizada em agosto de 2022. Além de Hang, outros empresários como Meyer Joseph Nigri, da Tecnisa, e Marco Aurélio Raymundo, o Morongo, da Mormaii, foram alvos.

Ex-assessor acusa Moraes de fabricar provas com data retroativa

Segundo o ex-assessor do ministro, provas teriam sido fabricadas com data retroativa, já que não teria nenhuma investigação prévia que justificasse a medida. Tagliaferro mostrou durante a audiência diversos documentos que, de acordo com sua fala, ele mesmo teria ajudado a confeccionar.

Tagliaferro afirma ainda que teria sido instruído, por Airton Vieira, ex-juiz auxiliar de Moraes, a produzir um relatório e mapas mentais com data retroativa, ou seja, anterior, para serem inseridos no processo físico.

“O que acontece é que o Airton Vieira não tem qualquer familiaridade com o computador, ele não sabe usar o computador e ele precisou da minha ajuda para montar aqueles mapas mentais que foram abertos numa segunda numa terça-feira, quando Alexandre de Moraes tirou o sigilo do processo para dizer que existiu uma investigação preliminar”, diz o ex-assessor.

Ex-assessor acusa Moraes de fabricar provas com data retroativa – Foto: Divulgação/NDEx-assessor acusa Moraes de fabricar provas com data retroativa – Foto: Divulgação/ND

Tagliaferro diz ter metadados que provam acusações

Eduardo Tagliaferro diz na audiência pública que teria os arquivos digitais (metadados) que provariam que esses materiais, como os mapas mentais, teriam sido criados nos dias 26, 27, 28 e 29 de agosto de 2022, ou seja, dias após o cumprimento da busca e apreensão ter ocorrido em 23 de agosto.

“Foi pedido para que se confeccionasse um parecer, um relatório, com data retroativa, eu assinando pelo Supremo Tribunal Federal, ao qual eu não era nomeado”, alegou o ex-assessor de Moraes.

Ex-assessor acusa Moraes e alega ter metadados que provam suas afirmações – Foto: Reprodução/NDEx-assessor acusa Moraes e alega ter metadados que provam suas afirmações – Foto: Reprodução/ND

Ex-assessor acusa Moraes de fraude em operação contra Luciano Hang e outros empresários; veja

Relembre a operação

Os oito mandados foram cumpridos no dia 23 de agosto pela Polícia Federal em cinco estados: Santa Catarina, Ceará, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro e São Paulo. A alegação de Moraes era que os empresários teriam compartilhado mensagens com “teor golpista” em grupos do WhatsApp.

O inquérito investigava se os empresários teriam defendido estratégias golpistas caso Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ganhasse as eleições de 2022. A ação seria resultado de mensagens trocadas em grupos de WhatsApp pelos alvos, divulgadas em uma matéria do jornalista Guilherme Amado, do portal Metrópoles, em 17 de agosto.

Luciano Hang foi um dos alvos da operação; Ex-assessor acusa Moraes de fraude – Foto: Vitor Miranda/NDLuciano Hang foi um dos alvos da operação; Ex-assessor acusa Moraes de fraude – Foto: Vitor Miranda/ND

Os empresários eram Luciano Hang (lojas Havan), José Isaac Peres (rede de shopping Multiplan), André Tissot (Grupo Serra), Ivan Wrobel (Construtora W3), José Koury (Barra World Shopping), Meyer Nirgri (Tecnisa), Marco Aurélio Raimundo (Mormaii) e Afrânio Barreira (Grupo Coco Bambu).

Na época, Luciano Hang se posicionou em relação ao cumprimento de mandados em sua residência em Balneário Camboriú, no Litoral Norte de Santa Catarina, e em Brusque, na sede administrativa da Havan.

Por meio de nota, ele afirmou estar “tranquilo, pois estou ao lado da verdade e com a consciência limpa. Desde que me tornei ativista político prego a democracia e a liberdade de pensamento e expressão, para que tenhamos um país mais justo e livre para todos os brasileiros”.

Fonte: ND Mais

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