A criação de 45 novos cargos para procuradores do Estado em Santa Catarina começará a ser discutida nesta terça-feira (23) na Assembleia Legislativa. A proposta apresentada no PLC/0006.2/2021 prevê as dez primeiras contratações já a partir de 1º de janeiro de 2022 e outras 35 a partir de 1º de julho de 2022.
A partir de 2023, quando todos estiverem plenamente estabelecidos nas vagas, o impacto anual será de R$ 23,4 milhões aos cofres públicos estaduais.
O PLC foi encaminhado em 15 de maio pela então governadora interina Daniela Reinehr (PL). Em 10 de novembro, uma emenda substitutiva global foi encaminhada pelo governador Carlos Moisés (sem partido).
A justificativa para os 45 novos cargos é a criação da Câmara Administrativa de Gestão e Solução de Conflitos, vinculada à PGE.
Tramitação
O matéria está na pauta desta terça da CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) e ainda passará pelas comissões de Finanças e Tributação e de Trabalho, Administração e Serviço Público, antes de ser votada em plenário.
Na CCJ, a proposta está sob relatoria do deputado João Amin (PP) e já recebeu emenda do deputado Marcius Machado (PL).
Se a proposta for aprovada, o número de procuradores passará de 115 para 160.
Isso significa mais despesas, afinal, trata-se da elite financeira do funcionalismo público estadual. O salário inicial de um procurador passa de R$ 27 mil por mês para 40 horas de trabalho semanais
Em 2022, a criação dos novos cargos vai custar R$ 14,6 milhões no ano. A partir de 2023, já com todos os 45 contratados em atividade plena, o impacto aos cofres públicos será de R$ 23,4 milhões por ano.
Autorização
O desembolso extra foi autorizado pelo Grupo Gestor do governo. O documento, datado de 11 de outubro, está assinado pelos secretários Paulo Eli (Fazenda), Jorge Tasca (Administração), Eron Giordani (Casa Civil) e pelo próprio procurador-geral do Estado, Alisson de Bom de Souza.
Esse impacto orçamentário também contempla outra mudança na PGE. O projeto de lei complementar estipula que secretarias, fundações e autarquias serão assessoradas por consultor ou procurador jurídico vinculado à Procuradoria, que receberá uma gratificação de 40% do valor do cargo comissionado.
Além da reorganização inicialmente prevista por Daniela, Moisés justifica os 45 novos cargos pela criação da Câmara Administrativa de Gestão e Solução de Conflitos, vinculada à PGE.
O objetivo é promover a solução consensual de conflitos em que a administração pública estadual seja parte, sejam entre entes públicos do Estado, ou entre o Estado e pessoas físicas, jurídicas ou municípios.
Outros Estados
Conforme o procurador-geral do Estado, Alisson de Bom de Souza, outros Estados já criaram estruturas semelhantes e colhem bons resultados.
Na justificativa da emenda, o PGE afirma que a estrutura será importante “para garantir aos cidadãos a possibilidade de ver atendidos e solucionados, no próprio âmbito da administração pública, de forma ágil e eficiente, os conflitos decorrentes da própria atuação estatal.”
Ajustes constitucionais
Já na proposta original, da então governadora Daniela, estava prevista a reorganização do sistema jurídico estadual, de acordo com uma decisão do STF (Supremo Tribunal Federal), que julgou inconstitucional o artigo 113, parágrafo 11, da reforma administrativa proposta pelo governador Carlos Moisés em 2019.
O dispositivo permitia a nomeação de profissionais de fora do quadro de procuradores do Estado para os cargos em comissão de consultor jurídico e procurador jurídico.
Com informações da Agência AL
Fonte: ND Mais