• 17 de fevereiro de 2023

Como funciona a produção de frutas com caroço no Meio-oeste Catarinense

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Atualmente, Santa Catarina é o terceiro maior produtor de frutas de caroço do país, estando atrás apenas do Rio Grande do Sul e de São Paulo. E sabe o que é mais interessante? Pelo menos 80% da produção vem do Vale do Rio do Peixe, na região do Meio-Oeste.

De acordo com a Epagri, Santa Catarina tem 981 produtores de frutas de caroço e 406 deles trabalham com a ameixa. São mais de 850 hectares plantados e a colheita, que geralmente ocorre entre os meses de outubro a março, resulta em mais de 18 mil toneladas – tudo acompanhado por extensionistas rurais da Epagri, como Alberto Farber Júnior.

“- Estamos sempre buscando orientar o agricultor da melhor maneira possível para que ele produza uma fruta de boa aparência e ótimo sabor, mas acima de tudo, um alimento mais saudável para o consumidor final” – comenta.

Essas orientações vão do manejo do solo ao controle de pragas e cuidados com variações climáticas. Uma das técnicas, inclusive, é cobrir os pomares para protegê-los da geada durante o inverno na região.

“ – A gente sabe que o Sul do Brasil tem frio favorável, questão de chuva e é tudo o que a fruta precisa. Essas frutíferas de caroço necessitam de horas no frio abaixo de 7,2 graus. Elas precisam de geadas para que o período de dormência aconteça. Depois disso, a fruta desperta e vem a floração. Então nós estamos em um dos melhores lugares para a produção de frutos” – explica Alberto.

Do pomar até a área de beneficiamento, as ameixas são levadas de caminhão até Pinheiro Preto, há pouco mais de 10 km de Tangará. Lá funciona a central de embalagem e resfriamento das frutas da família Perazoli.

Primeiro as frutas são despejadas em uma esteira para serem lavadas, depois são transportadas automaticamente para a área de seleção, onde o trabalho manual e mecanizado funciona em perfeita harmonia. A classificação é feita por aparência, tamanho e peso, uma parte vai a granel outra, para as embalagens plásticas devidamente pesadas e ajustadas. Depois tudo é levado pelas empilhadeiras para a câmara fria. Esse é um trabalho cuidadoso que completa um ciclo que se inicia no campo e vai direto para a mesa do consumidor.

“- A fruta aqui, do Estado de Santa Catarina, principalmente da região Meio-oeste tem o seu diferencial. Nós somos tradicionais em cultivar frutas de caroço, uva, entre outros. Então isso vem de berço. A gente faz com muito amor, com muito carinho. Não é simplesmente uma atividade comercial, uma atividade de produção agrícola. É algo aguardado, veio de família” – revela o fruticultor e empresário Renato Júnior Perazzoli.

Rastreamento que faz a diferença

A empresa atende as unidades da Ceasa de Santa Catarina e de centros maiores, como São Paulo e até a região Norte e Nordeste. Seja onde estiver, a fruta que saiu dos pomares do Meio-oeste catarinense pode ser rastreada pelo consumidor através de um QR Code. Por meio dessa tecnologia, ele tem acesso ao trajeto que a fruta percorreu desde o produtor até o processamento.

“- Tudo isso traz segurança alimentar para o consumidor. Eu sempre costumo dizer que quando nós vamos ao supermercado, também gostaríamos de comprar um produto, uma mercadoria que transmitisse segurança. E a gente também tem que fazer o nosso papel” – completa Renato.

As frutas de caroço, como o pêssego, a nectarina e a ameixa, colorem as gôndolas das feiras e supermercados em todo o território catarinense – Foto: Divulgação

A importância dos laboratórios

Os pomares são essenciais para que tenhamos boas safras de pêssegos e ameixas, mas é nos Laboratórios que pesquisam e desenvolvem as cultivares que iniciam o trabalho para que o resultado seja sempre positivo para os produtores.

As frutas de caroço, como o pêssego, a nectarina e a ameixa, colorem as gôndolas das feiras e supermercados em todo o território catarinense. Elas servem de alimento para toda a família e boa parte das 40 mil toneladas das frutas colhidas nos pomares do Estado abastece os consumidores locais.

Aline Caliari, nutricionista da Epagri, conta que o pêssego e a ameixa têm propriedades nutricionais muito parecidas. Elas são ricas em água, em fibra, vitamina A e carotenóides – substâncias antioxidantes. O pêssego, por exemplo, tem menos de 70 calorias a cada 100 gramas, enquanto a ameixa possui 53 e uma propriedade diferente: substâncias consideradas laxativas, ou seja, que ajudam a regular o intestino. As duas frutas são ricas em alguns minerais importantes para a saúde do nosso organismo e contém potássio, fósforo, cálcio e magnésio. Ela sugere comer as frutas in natura, pois dessa forma é possível aproveitar todos os nutrientes e propriedades que elas possuem.

Porém, para alcançar o padrão de qualidade das frutas catarinenses, foi necessário muito trabalho, pesquisa e investimento. Em Videira, a estação experimental da Epagri mantém um campo experimental com todas as características dos pomares da região do Vale do Rio do Peixe.

A equipe estuda novas variedades de frutas de caroço e é lá que funciona o que eles chamam de melhoramento genético das frutas, o controle de pragas e o manejo do solo – técnicas experimentais que possibilitam a descoberta de novas variedades de frutas mais resistentes e agradáveis ao paladar. Um trabalho demorado, que proporciona muitos resultados.

O pesquisador Marco Antônio Dalbó explica que a Epagri realiza as pesquisas que são de interesse da cadeia produtiva do pêssego e da ameixa – desde o melhoramento genético até a testes de sistema de condução, controle de doenças, entre outros, variando na criação de cultivares.

“ – Esse é um processo que leva torno de 15 anos né para chegar ao produtor mas é necessário porque nós não podemos deixar que o produtor tenha prejuízo, arcar com possíveis prejuízos. Nós geramos todos os testes, geramos todos os resultados e colocamos à disposição produtor” – completa.

Depois do campo experimental as frutas vão para o laboratório para acompanhar a pesquisa. Elas passam então por uma análise feita por amostragem. O primeiro passo é medir o diâmetro, depois a coloração e, em seguida, a fruta é cortada para que se descubra a firmeza da polpa.

As frutas em pedaços vão para um processador e viram suco. Aí os técnicos medem o nível de acidez e a doçura. Um processo trabalhoso, mas essencial para garantir a qualidade e a boa produtividade no campo.

Quer saber mais sobre a produção de frutas com caroço? Aproveite também para ficar de olho no Programa Agro, Saúde e Cooperação, que vai ao ar todo domingo, às 9h, na NDTV e conta com a parceria da Ocesc e da Aurora.

Fonte: ND Mais

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