Diante do mal-estar entre governo e Congresso, a análise da proposta de isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil será adiada
Nova tabela do Imposto de Renda isenta quem ganha até R$ 3.036 mensais – Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil/ND
A Câmara dos Deputados aprovou, na quarta-feira (25), o projeto de lei que atualiza a tabela mensal do Imposto de Renda. O texto amplia a faixa de isenção para quem recebe até R$ 3.036, equivalente a dois salários mínimos, a partir de maio deste ano.
Na prática, o projeto de lei mantém a tabela do Imposto de Renda corrigida pela Medida Provisória 1294/25, editada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em abril, que perde a vigência em agosto.
Quem ganha até dois salários mínimos já era isento em anos anteriores, porém, o governo federal atualizou a tabela do Imposto de Renda com base no novo valor do piso nacional, que subiu para R$ 1.518 em 2025.
A mudança será sentida pelos contribuintes na declaração do Imposto de Renda 2026. A Receita Federal estima que o reajuste terá impacto fiscal de R$ 3,29 bilhões neste ano, R$ 5,34 bilhões em 2026 e de R$ 5,73 bilhões em 2027.
O projeto de autoria do deputado José Guimarães (PT-CE) foi relatado pelo ex-presidente da Câmara, Arthur Lira (Progressistas), e aprovado sem mudanças no texto. A proposta segue para análise do Senado.
Com a atualização da tabela do Imposto de Renda, a base de cálculo para a faixa de isenção passa de até R$ 2.259,20 para até R$ 2.428,80. Contribuintes que ganham até R$ 3.036 mensais são isentos, considerando o desconto simplificado de R$ 607,20.
O imposto a pagar aumenta progressivamente conforme a faixa salarial, chegando a 27,5% para a base de cálculo acima de R$ 4.664,68. Confira a tabela do Imposto de Renda atualizada:
O votação do projeto que estende a faixa de isenção na tabela do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil deve atrasar na Câmara dos Deputados. Isso porque o relator, Arthur Lira, decidiu adiar a entrega do parecer prevista para sexta-feira (27).
A decisão seria motivada pelo “mal-estar” entre governo e Congresso Nacional, após deputados derrubarem o decreto que aumenta alíquotas do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras).
A base governista alega que a votação foi incluída “de surpresa” na pauta de quarta-feira (25). Agora, o governo federal avalia levar o caso ao STF (Supremo Tribunal Federal).
Fonte: ND Mais