• 20 de dezembro de 2024

Aprovada PEC que modifica abono salarial e estabelece corte de gastos públicos

A proposta foi aprovada por ampla maioria e inclui limitações aos supersalários

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O Senado aprovou, nesta quinta-feira (19), em dois turnos, a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) do corte de gastos. A PEC 54/2024 traz medidas que buscam reduzir despesas obrigatórias do governo, como o abono do PIS/Pasep e os supersalários, além de mudanças no Fundeb.

O texto foi aprovado com 53 votos favoráveis e 21 contrários no primeiro turno, e 55 a 18 no segundo. A expectativa é que a medida economize até R$ 70 bilhões nos próximos dois anos.

A principal intenção da PEC é controlar o crescimento das despesas obrigatórias, como programas sociais e salários, permitindo maior flexibilidade para os investimentos discricionários.

O governo acredita que essa medida ajudará a equilibrar as contas públicas e melhorar a renda da população. O relator, senador Marcelo Castro (MDB-PI), acredita que o governo está no caminho certo para o equilíbrio fiscal.

Mudanças no PIS/Pasep

Uma das principais mudanças no texto é a reforma no abono salarial do PIS/Pasep.

O benefício, pago a trabalhadores que ganharam até dois salários mínimos, será corrigido apenas pelo INPC a partir de 2026, sem incorporar o ganho real do PIB.

Isso reduzirá gradativamente o número de trabalhadores que terão direito ao abono, com o valor de acesso diminuindo até atingir um salário mínimo e meio em 2035.

Alterações no Fundeb

No que diz respeito ao Fundeb, a PEC foi alterada na Câmara para permitir o uso de até 20% da complementação da União para financiar a educação em tempo integral. No entanto, o Senado reduziu essa porcentagem para até 10% em 2025.

Nos anos seguintes, a regra será de que pelo menos 4% dos recursos sejam destinados às matrículas em tempo integral. Além disso, a proposta que permitiria o uso de recursos do Fundeb para a compra de merenda escolar foi rejeitada no Senado.

Supersalários e Teto Remuneratório

A PEC também traz mudanças na questão dos supersalários.

O governo propôs que as brechas ao teto remuneratório, atualmente de R$ 44 mil, fossem tratadas em lei complementar. Porém, a versão aprovada no Congresso permite que essas brechas sejam tratadas em lei ordinária, o que facilita a aprovação.

Críticos afirmam que essa medida pode permitir que “penduricalhos” nos salários fiquem fora do teto.

Desvinculação das Receitas da União (DRU)

A PEC também estende até 2032 a Desvinculação das Receitas da União (DRU), um mecanismo que permite ao governo usar livremente 20% de tributos federais.

A DRU não afetará recursos vinculados a áreas como educação e saúde, garantindo que os investimentos nessas áreas não sejam prejudicados.

Isso também assegura que o crescimento de gastos públicos não ultrapasse o limite permitido pelo arcabouço fiscal.

Próximos Passos

Agora, a PEC será promulgada pelo Congresso Nacional.

O governo espera que essas mudanças ajudem no controle das despesas e no equilíbrio fiscal, criando mais espaço para investimentos em áreas prioritárias.

Fonte: RBV Notícias

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