Presidente do México, Claudia Sheinbaum, cede à pressão de Trump e aumenta tarifas sobre produtos chineses
México aprova tarifas sobre Brasil, China e Rússia em meio a negociações comerciais com os EUAFoto: Reprodução/FIFA/ND
O Congresso do México aprovou na noite de quarta-feira (10) um aumento de até 50% nas tarifas sobre importações. A proposta apresentada pelo governo de Claudia Sheinbaum afeta Brasil, China e outros países.
O “tarifaço” mexicano já havia sido aprovado pela Câmara dos Deputados. Na quarta-feira, obteve 76 votos a favor, 5 contra e 35 abstenções no Senado. O texto ainda deve ser sancionado pela presidente Claudia Sheinbaum.
A elevação nas taxas de importação deve atingir 1,4 mil produtos têxteis, calçados, eletrodomésticos, veículos e autopeças, entre outros, a partir de 1º de janeiro de 2026.
Além de Brasil e China, serão taxados Coreia do Sul, Índia, Indonésia, Rússia, Tailândia, Turquia e Taiwan, segundo o Estadão.
O México aprova tarifas sobre diversos países como um aceno aos Estados Unidos, antes da revisão do acordo comercial USMCA (Estados Unidos-México-Canadá) em julho de 2026.
O governo de Donald Trump acusa o país vizinho de servir como “porta dos fundos” para a entrada de produtos chineses nos Estados Unidos.
China ameaça retaliar tarifas do México sobre 1,4 mil produtosFoto: Alan Santos/PR/ND
“Essas tarifas coincidem com uma onda de restrições comerciais nos Estados Unidos, e isso levanta uma questão central: o México está definindo sua própria política comercial ou está reagindo a Washington, ou pior, obedecendo a ela?”, questionou o senador da oposição Mario Vázquez Robles.
A presidente Claudia Sheinbaum justifica que as tarifas servem para fortalecer o mercado interno e reduzir a dependência sobre importações.
A China deve ser a mais afetada pelo aumento nas taxas. Em 2024, o México importou US$ 130 bilhões em produtos chineses, atrás apenas das importações dos Estados Unidos. O governo chinês declarou que se opõe a qualquer “coerção” e ameaçou retaliar o parceiro comercial caso as tarifas entrem em vigor.
O Ministério do Comércio da China pede que o país corrija “práticas unilaterais e protecionistas” o mais rápido possível, afirmando que aumentos tarifários anunciados pelo México prejudicam os interesses chineses.
Com informações do Estadão Conteúdo
Fonte: ND Mais