Clésio Salvaro afirma haver catarinenses mais preparados que o filho “03” de Jair Bolsonaro para representar o estado na Câmara Alta do Congresso Federal
Clésio Salvaro acredita em nomes mais preparados para defender os interesses do estado no Senado – Foto: NDTV
O ex-prefeito de Criciúma, Clésio Salvaro (PSD), não vê como um “bom negócio” para Santa Catarina ter Carlos Bolsonaro (PL) como representante no Senado Federal. O filho “03” do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) é um dos cotados a disputar o cargo pelo PL nas eleições de 2026 e divide opiniões entre os catarinenses.
Em entrevista ao jornalista João Paulo Messer, Salvaro disse que esse é um problema que não é administrado pelo seu partido, que se mostra novamente um dos grandes concorrentes do PL, assim como nas eleições municipais de 2024. De acordo com o ex-prefeito de Criciúma, Carlos Bolsonaro seria mais um “carioca” representando Santa Catarina, em menção ao atual senador Jorge Seif Júnior, que é natural do Rio de Janeiro, mas mora em Itajaí desde 1999.
“O Bolsonaro não é do meu partido, e o filho também, se for candidato, não será pelo nosso partido. Esse é um problema que nós não temos que administrar”, disse. “Nós já temos três senadores, sendo que hoje um é carioca. E me parece assim: ter três senadores e dois cariocas não é um bom negócio para o estado”, completou.
Salvaro diz que entende a estratégia de Jair Bolsonaro em indicar o filho para concorrer em um “estado bolsonarista”, mas afirma que há melhores opções entre os próprios catarinenses. Nas eleições de 2026, Santa Catarina elegerá dois senadores para as vagas que atualmente são ocupadas por Esperidião Amin (PP) e Ivete da Silveira (MDB). Jorge Seif tem mandato garantido até 2031.
“Do ponto de vista do Bolsonaro, ele até está certo. Cabe ao eleitor catarinense, que é um eleitor político, um eleitor que compreende o processo, que compreende o cenário, imaginar qual, entre todos, está mais preparado para nos representar na Câmara Alta, no Senado Federal. Eu não tenho dúvida de que nós temos pessoas que conhecem melhor o estado do que ele”, afirma.
Entre os catarinenses citados por Salvaro estão Júlia Zanatta (PL), Raimundo Colombo (PSD) e Carol De Toni (PL). Porém, é o atual senador Esperidião Amin (PP) que o ex-prefeito de Criciúma garante voto no pleito de 2026.
“Temos dois votos. O meu voto pessoal está comprometido com aquele que entendo ser o melhor de todos, que é o Esperidião Amin. Fico imaginando um debate para o Senado: o Esperidião com ele (Carlos Bolsonaro), ou a própria Júlia Zanatta, que é da minha cidade, ou a Carol De Toni, ou o Raimundo Colombo. Santa Catarina é rica em nomes comprometidos com a causa do nosso estado”, argumentou.
Em meio à polêmica de ter o nome indicado para concorrer por Santa Catarina, Carlos Bolsonaro falou pela primeira vez sobre a possibilidade, ao ser questionado pela reportagem do ND Mais durante manifestação na Avenida Paulista, em São Paulo. O filho 03 foi econômico nas palavras ao dizer que “as pessoas votam em quem quiser. Não tem problema nenhum, não”.
Em Criciúma, a indicação gerou debate na Câmara de Vereadores. O vereador Amaral Bittencourt (PSD) ironizou a situação usando uma tiara durante manifestação na tribuna, onde criticou a decisão do ex-presidente Jair Bolsonaro de priorizar o filho em detrimento da deputada Júlia Zanatta.
A tiara é marca registrada da deputada federal e bolsonarista, que era apontada entre os principais nomes para concorrer ao cargo pelo PL, mas que pode perder a vaga justamente para o filho 03 do ex-presidente. Aliás, recentemente, Bolsonaro disse que a segunda indicação do partido é do governador Jorginho Mello (PL), que optou pela deputada Carol De Toni.
Fonte: ND Mais