• 26 de junho de 2025

Mais de 70 famílias denunciam construtora por golpe após não receberem imóveis vendidos em SC

Clientes de Joinville, no Norte de Santa Catarina, esperam há cerca de 4 anos por geminados cujas obras nunca começaram

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Joseana de Souza chegou a pagar R$ 70 mil para a empresa, em um geminado cujas obras nunca começaram. – Foto: Reprodução/NDTV Record/ND

Clientes denunciaram uma construtora de Campos Novos, no Oeste catarinense, por golpe em empreendimentos em Joinville. Eles apontam atrasos, falsas promessas e falta de devolução de valores investidos em imóveis que não foram entregues pela Raum Empreendimentos.

Joseana de Souza está entre as mais de 70 famílias prejudicadas. Segundo conta, ela chegou a pagar R$ 70 mil para a empresa, em um geminado cujas obras nunca começaram.

“Eles falavam que a obra ia começar e davam prazos como ‘daqui a dois meses’. E esses dois meses nunca vieram. Foi passando 2023, 2024, 2025 e até agora nada”, relatou em entrevista para a Tribuna do Povo, da NDTV Record.

Promessas não cumpridas

A última promessa, segundo Joseana, foi feita pela advogada da construtora, que disse que a obra começaria em novembro de 2024 e que até metade de 2025 já estaria com a chave na mão. Entretanto, no local só se vê um terreno baldio.

“Ele (o dono da construtora) chegou a me ameaçar, disse que vai me processar, porque eu estou cobrando indevidamente”, disse.

Joseana de Souza chegou a pagar R$ 70 mil para a empresa, em um geminado cujas obras nunca começaram. – Foto: Reprodução/NDTV Record/ND

“Tá perdendo tempo”: dono da construtora teria dito que não tem como devolver o dinheiro

A reportagem teve acesso a áudios que foram enviados pelo dono para as famílias. Ele chega a falar para um dos clientes que ele estaria perdendo energia e tempo ao cobrar sobre a devolução do investimento.

“Não vou quebrar a empresa, porque um cliente está precisando de dinheiro. Todo mundo precisa de dinheiro. Eu não tô conseguindo receita. Nossos imóveis estão parados. Tu tá perdendo energia, cara, tá perdendo energia e tá começando a me estressar, falando a mesma coisa”, diz.

A busca pelo retorno dos valores

O mecânico Guilherme Augusto Schneider tem passado pelo mesmo. Em 2021 ele assinou o contrato de compra e venda de um geminado. Na época ele chegou a pegar dinheiro emprestado da sua sogra para pagar um sinal de R$ 10 mil.

“A gente estava morando de favor, né? Atrás da casa da minha sogra. Então tinha que dar um sinal, um valor de 10 mil, na época. A minha sogra emprestou esse dinheiro, pagamos e parcelamos a entrada”, contou.

A previsão de entrega da obra era dezembro de 2024, com possível prorrogação de 120 dias. Assim, o imóvel deveria ser entregue, no máximo, em junho de 2025. A construção, no entanto, sequer iniciou.

O mecânico Guilherme Augusto Schneider assinou o contrato de compra e venda de um geminado em 2021 – Foto: Reprodução/NDTV Record/ND

“Eles fizeram propostas de devolução, mas chega a ser absurdo. Eles querem devolver o dinheiro na conclusão da obra, na revenda da unidade, que nem começou a construir ainda.”

Segundo o mecânico, eles buscam agora o retorno do investimento. “Ficar trabalhando todo mês, suado, para pagar todas as parcelas e daí vir no terreno e não ver nem sinal de início das obras é muito desanimador”, desabafou.

Processo na justiça

As famílias entraram com processos na justiça, no fim de 2024, pedindo a rescisão de contrato, a devolução de parcelas, multas contratuais e danos morais.

“A empresa, inicialmente, aceitou a devolução e fez alguns acordos. Porém não cumpriu o pactuado. Nos processos mais recentes, a empresa sequer faz uma proposta para sanar a situação”, conta Mario Cesar Bertoncini, advogado de defesa.

Segundo ele, a situação é bastante preocupante porque a construtora mudou a sede e continua oferecendo imóveis para venda sem dar uma solução para os contratos já firmados, cujas obras nem foram iniciadas.

O que diz a construtora?

A Raum Empreendimentos alega que houve um descumprimento de contrato por parte do financiador das obras, mas que irá executar todos os projetos. A empresa ainda afirma que “não deu calote em ninguém” e que moveu um processo contra o fundo.

A construtora informou à justiça que enfrenta grave crise financeira, que compromete, inclusive, a capacidade de arcar com custos processuais. Após análise de documentos, foi concedido o benefício da justiça gratuita, para que a empresa possa exercer amplamente o direito de defesa.

Fonte: ND Mais

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